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Como é estruturado um Venture Debt na Namari? ( Parte I)

... das primeiras conversas até o dia a dia pós investimento!
 

O processo da Namari


Assim como nos processos de captação de Venture Capital, não é possível prever o tempo exato para a conclusão de uma operação, tendo em vista que cada uma possui suas especificidades, e que as empresas são diferentes entre si. Os fatores que mais impactam o tempo de estruturação de um Venture Debt são a qualidade e completude do pacote de informações da empresa, seu tempo de resposta e grau de organização financeira. Apesar disso, e assumindo que a empresa possui um pacote de informações completo, esteja organizada internamente, e efetivamente engajada no processo de captação, o período estimado entre a primeira conversa e o desembolso dos recursos leva cerca de dois meses.


Linha do tempo do processo até o desembolso


Divide-se esse período em 6 grandes etapas: (1) Primeiro Contato, (2) Análise de Informações, (3) Proposta Indicativa, (4) Proposta Vinculante e Comitê de Crédito, (5) Diligência e (6) Desembolso.


Etapa 1: Primeiro Contato

Compreende: (i) Triagem e (ii) Reunião Introdutória.

Duração estimada: 1 semana.


Na primeira etapa do processo, faz-se uma reunião inicial com os fundadores para que se tenha uma visão geral do negócio e de seus objetivos. Nessa conversa, são discutidos pontos como modelo de negócios, mercado, indicadores financeiros, uso pretendido dos recursos da captação e perspectivas futuras do negócio.


Tida a conversa, é possível determinar se a empresa se enquadra ou não na tese de investimentos da Namari, e se o Venture Debt faz sentido considerando suas condições atuais e planos para a aplicação dos recursos.


No Namari Insights #5, abordamos as características que buscamos nas empresas que investimos.

Caso a empresa seja aprovada nesta etapa, é assinado um acordo de confidencialidade (NDA) e feito um pedido de informações à empresa


Etapa 2: Análise de Informações

Compreende: (i) Data Room/Análise Inicial e (ii) Reunião de dúvidas com o empreendedor.

Duração estimada: 1 semana.


Primeiramente, são solicitadas informações financeiras e operacionais da companhia. Algumas das informações pedidas são:

  • Demonstrativos Financeiros: DRE, DFC e Balanço Patrimonial;

  • Apresentação Institucional;

  • Características do Endividamento;

  • Captable e Histórico de captação de recursos;

  • KPIs (ex. LTV, CAC e Churn);

  • Projeções financeiras (business plan) para os próximos 2-3 anos.


Recebidas as informações, é iniciada a análise e marcada uma reunião para que a Namari e empresa se conheçam melhor.


Nesta fase, o mais importante é que seja entendido se a estrutura do Venture Debt irá promover um impacto positivo para o crescimento da empresa e, por se tratar de um crédito, se a companhia será capaz de arcar com as obrigações durante o prazo da dívida – quer seja com geração de caixa, quer seja com futura captação de equity.


Considerando o tipo de informação que é solicitada e o tipo de análise que é feita, o processo é mais parecido com o de um investimento de equity (Venture Capital) do que o de uma captação de dívida bancária.


Etapa 3: Proposta Indicativa

Compreende: (i) Elaboração de uma Proposta Indicativa.

Duração estimada: 2 semanas.


Após aproximadamente duas semanas do recebimento das informações, a Namari delibera sobre o envio da Proposta Indicativa, contendo termos estimados e não vinculantes de uma operação de Venture Debt, como tamanho do cheque, prazo, fluxo da dívida, custo e garantias. A ideia é permitir um alinhamento preliminar com a empresa e dar celeridade ao processo.


Etapa 4: Proposta Vinculante

Compreende: (i) Aprofundamento da Análise, (ii) Proposta Vinculante e (iii) Aprovação em Comitê de Crédito

Duração estimada: 2 semanas.


Com a aprovação da empresa para a Proposta Indicativa, são solicitadas mais informações, e aprofundada a análise. Caso a análise seja aprovada, é enviada a Proposta Vinculante, contendo todos os principais termos da dívida, que incluem, além dos termos já apresentados na Proposta Indicativa, covenants financeiros e operacionais (que serão tratados numa próxima newsletter), condições de pré-pagamento entre outros.


Com um acordo entre a empresa e a Namari, a Proposta Vinculante é assinada, e a operação é levada para aprovação no comitê de crédito da Namari, realizado somente com os cotistas, sem que a empresa participe. Tida a aprovação do comitê, é dado início às diligências contábil, jurídica e elaboração dos documentos finais da operação.


Etapa 5: Diligência

Compreende: (i) Diligência Contábil, (ii) Diligência Jurídica, e (iii) Elaboração dos documentos finais.

Duração estimada: 3 semanas.


Três processos são iniciados simultaneamente: (i) diligência contábil, (ii) diligência jurídica e (iii) elaboração dos documentos finais da operação. Para que todos corram de forma fluida e célere, é fundamental que a empresa tenha suas formalizações financeiras, societárias e operacionais em dia e organizadas.


Com a diligência contábil, objetiva-se verificar a precisão dos dados financeiros fornecidos durante o processo de análise, incluindo aqueles relativos à unit economics (LTV, Churn, entre outros). Além disso, neste processo são checados aspectos contábeis, trabalhistas e tributários. O processo é liderado por um escritório de auditoria terceirizado.


A diligência jurídica, liderada por escritórios de advocacia, busca garantir que a empresa esteja em conformidade com suas demandas regulatórias, societárias e legais, e que a operação de Venture Debt tenha todas as aprovações necessárias. São checadas certidões, analisados contratos societários e com clientes, além de questões de proteção de dados, dos sócios entre outras.


Os termos da Proposta Vinculante precisam ser refletidos em documentos finais, que formalizam em última instância a emissão da dívida. Os documentos finais podem assumir diferentes formas (tema para outra newsletter), sendo as principais a CCB (Certificado de Crédito Bancário), Debênture e Nota Comercial. A depender da forma assumida, pode haver documentos finais acessórios, que tratam especificamente de garantias e de outros temas.


Concluídas e aprovadas as diligências, assinadas os documentos finais, o dinheiro é desembolsado em favor da empresa.


Etapa 6: Desembolso

Compreende: (i) Desembolso e (ii) Acompanhamento pós Investimento.


Após realizado o investimento, a empresa passa a ser auditada anualmente, e reportar trimestralmente seus números financeiros e KPIs operacionais para a Namari. Ademais, são realizadas reuniões trimestrais de monitoramento , em que são apresentados os resultados dos últimos meses e discutidos os principais desafios do negócio.


Diferentemente de um investidor de equity, investidores de Venture Debt, na maior parte dos casos, não possuem assento em conselho, e não tomam decisões pelo(as) empreendedores(as). Contudo, exercem controle através de covenants, que estabelecem limites financeiros (ex. Endividamento Máximo) e operacionais sobre a empresa.


Os pagamentos das parcelas tendem a ser mensais, assim como o monitoramento da situação das garantias pelo time da Namari.


Em geral, o Venture Debt gera poucas mudanças no dia a dia operacional da empresa, sobretudo do time financeiro, porém tende a gerar melhorias de governança tanto pelo processo das diligências quanto pela disciplina impostas pela rotina de reporting e manutenção dos covenants.


Spoiler!


Na próxima edição, abordaremos em mais detalhes quais são os termos padrão de uma operação de Venture Debt, quais são as principais garantias que podem ser pedidas, e como funcionam os covenants, entre outros temas!

 
 

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